LORRAN: OS DUROS OBSTÁCULOS DO FUTEBOL NA HUNGRIA

ABAIXO: NEVE NA CHEGADA - AO LADO COM WALLACE, EX-LONDRINA. ACIMA COM A CAMISA 10 DO EGER FC DA HUNGRIA E SEMPRE ATENTO NA MARCAÇÃO!
Saudade de casa, frio, neve e muita correria! Quem quer arriscar e enfrentar o futebol na Europa tem que suportar ainda uma carga excessiva de treinamentos físicos, treinamentos com bola e muita academia. É assim a rotina do volante Lorran Nogueira, de 20 anos, que mora na cidade chamada Salgatorjan, a uma hora da capital Budapest, na Hungria.

Lorran tem experiência no futebol brasileiro. Passou por clubes estruturados, como Atlético Paranaense e Internacional de Porto Alegre, nas categorias de base. Agora, busca um lugar no futebol profissional e escolheu uma das melhores portas de entrada para os grandes clubes da Euro Ligue: A Hungria.

"O futebol aqui é bem duro, mais pegado que o do Brasil, mas aos poucos estou me adaptando. Não é fácil não", afirmou o volante, que está aprimorando a parte física e os treinamentos. O futebol da Hungria é correria, jogo rápido e muita marcação.
Lorran é talentoso e tem a ginga do jogador brasileiro: Futebol cadenciado e com toque de bola de qualidade, mas só isso não basta para eles. Na Hungria tem que ser rápido e muita força muscular.

"Quero me adpatar ainda mais ao futebol pegado da Hungria. Aqui a dificuldade é grande. Estou conseguindo jogar e marcar ao mesmo tempo. Aqui tenho que fazer muito isso, jogar, criar e marcar tambem".

Para os dirigentes, a adpatação ao país, ao idioma e ao clima são fatores que pesam na contratação de jogadopres brasileiros. Eles deixam os atletas em um período de adpatação para depois acertar a negociação. Lorran chegou em Budapest no dia 29 de Janeiro com -3 graus e em Salgatorjan com -5 graus. Muita neve e muita dificuldade para treinar.

"Quando cheguei estava muito frio e pouco acostumado ainda, apesar de morar em Curitiba e ter jogado no sul, no Inter de Porto Alegre. Aqui temos boa estrutura, material de treinamento especial para chuva e neve, mas parece que a gente vai congelar. É realmente um período horrível para os atletas. Agora estamos com 19 graus, uma maravilha perto do que vi aqui em janeiro. Outro problema é a língua! Aos poucos estou entendendo, mas como é ruim não conseguir falar com eles. É difícil o idioma húngaro. Dentro de campo a gente dá um jeito. Bom, brasileiro sempre dá um jeitinho e se vira! Não é mesmo?", brincou o volante.

Lorran está se adaptando bem e tem bons amigos na equipe. Com ele mais dois jogadores brasileiros: Walace, que disputou a Taça São Paulo pelo Londrina em 2007 e o Jefferson, que já está na Hungria há oito anos. Eles estão juntos sempre, pois é um jeitinho de matar a saudade de casa. Quando fala de casa, Lorran dá uma pausa e respira fundo. Sente muita saudade da mãe Wanderléia e do pai Lio Evaristo, ex-técnico do Londrina.

Lorran é filho único, criado debaixo das "asas" da mãe e levado pelo pai desde criança a beira dos gramados. Lorran jogou no PSTC, Londrina Junior Team, Atlético Paranaense, Internacional RS, Galo/Adap de Maringá e J.Malucelli. Lio Evaristo sempre apoiou o filho que atua de lateral direito e volante. Para Lorran a saudade de casa é a maior dificuldade que ele vê nessa caminhada, mas já traçou um objetivo.

"Sinto muita saudade da família. Ficar longe não é fácil não! Mas já coloquei na cabeça, se realmente quero ser um jogador de futebol, não posso ficar debaixo dos braços dos pais. Estou me acostumando! Falo com eles quase todos os dias pela internet, então já consigo matar um pouco da saudade", afirma Lorran, que tem uma página em site de relacionamento na internet, que tem na manchete principal: "Faltam 08 semanas"! Contagem regressiva para retornar ao Brasil, no período de férias do futebol na Europa.

Jorge Junior

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