sábado, 31 de julho de 2010

HISTÓRIAS QUE SÓ O FUTEBOL CRIA!

ZÉ TONDATTI
O futebol era a grande paixão de José Tondatti, cujo apelido denunciava o enorme fascínio que tinha, desde a infância, pelo Grêmio de Esportes Maringá. Jogador de poucos recursos técnicos (possuía apenas um forte chute de direita), tentou por várias vezes uma chance no galo guerreiro, mas, por falta de habilidade, nunca foi aproveitado. Acabou como lateral do Kosmos do Km 130, time de várzea de Maringá, que tinha camisas idênticas ao Kosmos de Nova York.

Aos 27 anos, fez um curso de arbitragem e se tornou árbitro da Liga Desportiva de Maringá. Por incompatibilidade com a nova profissão, acabou abandonando a carreira de jogador, mas não a paixão pelo “Galo local”. Tornou-se, então, o árbitro requisitado da região. Disciplinador e justo só não era escalado para atuar nos jogos do Kosmos e do Grêmio Maringá. Por razões óbvias...

Entretanto, no dia da finalíssima da liga de futebol suiço (o clássico local entre Mandacarú x Kosmos), para definir a arbitragem, o regulamento previa sorteio entre todos os juizes do quadro. E não deu outra: Zé Tondatti sorteado! Não foi à toa que a bola rolou em meio à desconfiança dos jogadores, da torcida e, principalmente do folclórico cartola Milton Siqueira, o presidente do Mandacarú, também conhecido como “Mandanóis aqui". Mas, Zé Tondatti, tranqüilo, não se deixa envolver pela emoção e vai levando o jogo com calma.

Incentivado pela torcida que gritava: Kosmos, 130... 130...! A equipe do Kosmos que precisava da vitória pressiona o tempo todo, mas o gol que daria o título, não sai. E o 0 x 0 se arrasta... Zé Tondatti, com atuação perfeita acompanha todas as jogadas de perto e em apenas um lance quase é traído pela emoção: o centroavante Eugênio Fregonezi (do seu amado clube) perde um gol feito, e ele ameaça levar as mãos à cabeça, mas se contem a tempo...

O jogo tenso se encaminha para o fim e apesar da pressão o gol não sai. Aos 29 minutos do segundo tempo,o lance capital: o Kosmos do 130 desce todo para o ataque e numa jogada bem trabalhada, Eugênio Fregonezi, mais uma vez, fica em frente ao goleiro. Ela dispara e... A torcida se levanta..., a bola estoura no travessão e volta bem na direção do árbitro, que acompanhava o lance em cima...

Aí a paixão falou mais alto: Zé Tondatti emenda de canhota, estufando as redes e fazendo o gol: 1 x 0. Kosmos campeão! Enquanto os jogadores Ivo, Vicentão, Zico comemoram o título, o “Mandanóis", invade o campo, dando tiros para todos os lados... Zé Tondatti se escafedeu nos braços da torcida e nunca mais apitou. Mas a faixa de campeão, ele tem na parede até hoje..

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