A Justiça é mesmo incompetente: demorou para julgar o caso Belinati, em Londrina e, ao fazê-lo, criou um imbróglio jurídico. Coitado dos juízes: se não julgam, são omissos; se julgam, o fazem fora do prazo e, os vestais de plantão, se apressam em defender o réu e as circunstâncias que o cercam. Ainda que a instância jurídica tenha sua parcela de culpa nessa história, é lícito dividi-la com o partido e os eleitores: o partido por inscrever no pleito um candidato com um público histórico de rapinagem, que se apeou do cargo em meia a uma infinidade de denúncias que quase esgota a lista de malandragens. O eleitor por deixar-se levar pelo discurso fácil e as estratégias de marketing que ludibriam, enganam, tergiversam a verdade. Mas, enfim, é mais fácil culpar a Justiça, essa senhora de olhos vendados que caminha sem a velocidade esperada para dar conta de tanta sacanagem. Justiça, ainda que tardia, não falhou, para desespero dos serviçais que se esforçam para transformar Belinati num mártir da incompetência do Supremo Tribunal Eleitoral, esquecendo-se de seu currículo de rapinagem.
Edivaldo Magro, jornalista
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